
Proponho a abolição de uma palavra do vocabulário da mentalidade portuguesa, o
se. Penso que é graças a esta conjunção que o país se impede a si próprio de desenvolver e melhorar. Penso que o uso que lhe é dado não serve de facto um propósito de tornar este recanto, até bonito e ameno, melhor, pois escudamo-nos no
e se… Pois
se eu fosse outro e não este, não estaria aqui a tecer considerações vagas de cariz filosófico, sociológico e psicológico. Quando usamos o
se estamos a condicionar a realização de algo, estamos a por numa dimensão que sabemos ser mais fácil de aceitar se não se concretizar. Exemplifico;
se trabalhássemos mais e fossemos mais responsáveis o país podia ser melhor. Pois, mas isso era
se, porque a frase devia ser mudada para; temos que trabalhar mais e ser mais responsáveis. O
se remete-nos para uma condição que não nos responsabiliza, logo longe e cómoda. Devemos abolir o
se para que possamos usar o
é,
ou o
vai ser e não o
será se. Do mesmo modo que
se as galinhas tivessem dentes mastigavam o milho e
Chiclet´s, mas isso torná-las-ia outro ser que não galinhas. Por isso, sendo alguns de nós Portugueses, não podemos pretender deixar de o ser, e temos que abandonar o pensamento do
se. O
se, mais do que dar esperança, mata, aniquila o empreendorismo. Temos, é certo, que ponderar sempre as consequências que poderá ter uma nossa acção, mas que essa ponderação e projecção para um futuro que sempre sabemos incerto, não prejudiquem a nossa capacidade de acção. O
se não é uma acção, ele é algo que poderá ser, logo, um não ser. Se queremos uma sociedade melhor e mais participativa com a consequente responsabilização de todos, então proponho que se passe a eliminar dos discursos a conjunção
se. Porque se eu não tivesse escrito este texto, vocês não o teriam lido.
1 Comments:
"A inveja é uma coisa muito feia, principalmente SE não tivermos unhas para tocar a guitarra que invejamos."
posted by Capitão Tony Ventoinha at 21:46
Parece que nos andam a dar música, ou então a onda que ia varrer Portugal de optimismo afinal é só uma variação de maré. Às vezes alta, às vezes baixa. Como quase tudo o que conheço, para haver um (+) é necessário haver um (-), para cada dia uma noite, para cada verão um inverno. Está tudo na dinâmica da variação. No entanto, ACREDITO neste CAOS, é que mesmo sem unhas já é possível tocar guitarra eléctrica.
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